terça-feira, 22 de setembro de 2015

PRA VOCÊ AÍ QUE TEM PENA



Eu tenho câncer. 
Eu vou morrer. Sim, eu vou morrer. 
E sabe qual a diferença entre nós dois?
Nenhuma. ABSOLUTAMENTE nenhuma. 
Você também vai morrer. Nenhum médico te falou isso, mas você vai.
E você e todos vocês deveriam saber disso, entender isso, aceitar, normalizar e interiorizar isso.
Não tenha pena de mim porque um médico me disse isso. Talvez eu nem morra de câncer. 
Talvez você morra antes de mim. Talvez a gente ainda tenha muito mais tempo do que imaginamos... Mas Talvez não.
Meu conceito de morte passa muito mais perto daquele momento em que a festa está maravilhosa, você tem 15 anos, e você precisa ir embora... Morrer é muito mais um “puts, que pena!”, do que esse drama depressivo que algumas pessoas pensam. 
É sentir que a festa continua rolando e que você infelizmente não vai poder continuar aproveitando.
 E pra mim isso não é dramático, porque não é APENAS uma questão de tempo. Algumas pessoas estão na festa, e podem ficar até muito mais tarde que você, e não fazem a menor ideia do que estão fazendo ali. Outras já fizeram amigos pra sempre, se extasiaram com a música preferida, se apaixonaram e causaram paixões e já saíram de fininho falando “aproveita que seu telefone não tocou ainda, e se joga!”.
Ninguém tem tempo, e o problema é todo mundo achar que tem.
A nossa diferença na verdade existe sim. 
Eu sei que não tenho. Isso me faz ter pena de você.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

FORÇAS DA NATUREZA



Avassalador
Encantador
Intenso
Descomunal
Incompreensível
Mil maneiras de existir existem as forças que a natureza tem. Mil maneiras de encantar e de arrastar. Linda, sensual, apaixonante. Não se passa ileso a qualquer força que a natureza oferece. Não existe o contato com essa força sem mudança, sem aprender que dentro de todo mistério vestido de selva existe a maior beleza do mundo.
Belo genial. Gigante, pela própria natureza. Ondas gigantes são assim. Tim Maia foi assim. Vulcões são assim. Maremotos. Cazuza. Janis Joplin. Charles Bukowski.
Só é grande o que permanece inteiro, intacto. Cobrando e pagando seu preço por cada instante de existência.

sábado, 12 de setembro de 2015

A pequena mulher.



A mulher adulta, cansada e apressada que mal respira de tanto correr atrás do tempo e tanto que o tempo foge dela... Ela passa pelo caixa do lotado supermercado, se surpreende pela falta do caos, e das filas e acredita está vendo uma miragem. Estava realmente vazia.  Mas milagres não acontecem, e a admiração logo é substituída pela curiosidade.
Verificando se de fato algo de divino estava diante de seus olhos, pede a confirmação da funcionária “Boa noite senhora, este caixa está fechado?”...”Não!”. A caixa ainda está olhando para ela de boca fechada sem mesmo ter respondido seu comprimento.
A dona do “não!” era uma voz que vinha de baixo de sua cintura, do lado esquerdo.  Uma menina de aproximadamente 8 anos de idade olhava para ela, segurando uma boneca como se fosse um bebê, acompanhada de duas outras pequenas. Uma falava com ela em inglês e a outra em espanhol. O trio estava cercado de dois grandes e vazios carrinhos de compras. “Ah, ta bem. Obrigada!”. A cena era tão surpreendentemente verdadeira, que antes de querer entender, a mulher seguiu com sua compra e sua pressa para o mundo real de filas e de adultos. E lá, no caos, onde as coisas costumavam fazer todo sentido, ela refletiu sobre o que acabava de ver.
Seria uma brincadeira de meninas que fantasiavam a maravilha de ir às compras sozinhas com seus deliciosos e lindos bebês? Meninas que nem sabia se tinham hormônio para quererem ser mães e terem suas famílias. Meninas na primeira infância, de todas as partes do mundo, sonham em comum com o mesmo paraíso da vida adulta feminina? Quantas poderiam ter sido as opções dos seus sonhos? Onde brincava toda sua criatividade? Seriam sonhos genuínos dessas meninas? Ou de um mundo, que precisando de mães, fabricam as vontades que elas deveriam ter quando mulheres feitas? Mulheres feitas de cuidados com suas casas, empregos, saúde, vida amorosa, vida acadêmica, filhos, aparência, amizades, familiares, animais de estimação... Que brincadeira mais viva e cheia de detalhes inspiradores enfiados goela abaixo dessas baixinhas. Que já se preparando para a atuação do seu personagem eterno, se divertiam com suas opções de coisas de meninas, esmagando sem querer todo o potencial que poderia morar em algum outro lugar não explorado.
Sem saber que o mundo vai muito além da cor de rosa, elas traziam a mamadeira e empurravam suas compras imaginárias observadas pela mulher, bem de longe, do seu mundo real e exaustivo, a dois metros de distância. Sentia um misto de pena e de encantamento. Como era linda, plena e verdadeira a felicidade ideal.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

TED X Eduardo Marinho


Esse TED vai te fazer entrar numa montanha russa mental e emocional!

É o relato do Eduardo Marinho, um artista plástico, nascido numa família rica, que mudou o rumo da sua vida assim que começou a refletir sobre o mundo e como ele funciona.

A entrega na busca pelo sentido da vida em sua forma profunda e verdadeira, reflexão sobre nosso modo de vida e o que a sociedade nos impõe como "felicidade"...

Vejam aqui:




quinta-feira, 10 de setembro de 2015

PROJETO BANCO COMUNITÁRIO MUIRAQUITÃ, a moeda de troca dos sonhos!

Você pode não saber ainda, mas existe um projeto social lindo acontecendo em Santarém (Pará) que está mudando a vida de mais de 40 mil pessoas desta região.
Ele funciona basicamente oferecendo formação tecnológica para a população, conhecimento sobre cultura digital, metareciclagem, reuso e reciclagem de resíduos sólidos e promovendo economia solidária. O pagamento pelos serviços se dá através da Moeda Social Muiraquitã, adquirida no Banco Muiraquitã. 
A troca é feita da seguinte maneira; através de prestação de serviços a comunidade, como palestras e oficinas, ou com a doação de resíduos sólidos recicláveis entregues ao Banco Muiraquitã. Cada Kg desse resíduo equivale a 1 Muiraquitã.


O que a população pode comprar com a moeda? Acesso a internet, cursos de formação tecnológica, participação em feiras de incentivo a pequenos empreendedores e de cultura digital, acesso a financiamento para montar o próprio negócio e oficinas diversas.
 O que ganham como o "troco" de tudo isso, é uma cidade limpa, com população consciente de seus resíduos, jovens com participação colaborativa, e conhecimento para se replicar através de gerações.
O grande valor é a motivação social que leva o indivíduo a se tornar ativo, mudando a vida do outro, a sua própria, e o meio em que vive. Já que sabemos que não existe jogar o lixo fora (porque o "fora" não existe, estamos nele!), projetos de criam valor social em moedas de trocas estão sendo difundidos pelo Brasil e no mundo com muito amor e ganhando força.
Este projeto ganhou primeiro lugar em 2011 no Prêmio Fundação Banco do Brasil de tecnologia Social, que certifica e reconhece as iniciativas de soluções sociais em todo país.

Saiba mais sobre esse projeto que está transformando a vida de uma comunidade inteira, simplesmente através da troca do bem pelo bem:




Saiba também sobre outros projetos que usam moedas valiosas como esta, com o  Recicleta, do Brownie do Luiz e Instituto Banco Palmas.
Para quem quiser se aprofundar no assunto, existe um artigo sobre Moedas Sociais, de Marusa Vasconcelos Freire aqui> Google it! para download.


A única maneira de fazer uma boa troca é quando os dois lados podem ganhar!

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Gonçalo LUCIDEZ Tavares



“A gastronomia e o céu combatem ferozmente por cima de cada um dos teus dias, mas dentro de ti só vence quem amas.” (Gonçalo M. Tavares - 1)
"Dentro de ti só vence quem amas..."
"Só vence quem amas..."
"Só quem amas..."
E vence dentro de ti também o que amas.
E as palavras propositalmente organizadas para causar efeito (e quem sabe algum dano), se impulsionam no pensamento que as fazem ecoar por horas. Instantes a fio pondo em xeque uma definição que jamais se teve prova ou evidência. Quem inventou o amor se pronuncie por favor em defesa de sua invenção.
Julgara até então que o amor tinha natureza boa. A mesma natureza da paz e da felicidade.
Nada como uma boa dose de inocência para estar tão enganada. Para estar olhando tão para fora  e sonhando com uma realidade vendida que nunca houve, e nem haverá.
Ah mas o Gonçalo sabia... Sabia e não teve coragem de dizer assim tão cruamente, tão fortemente. Tão alto que acordasse esse sonho para os que ainda o fazem. Ele só falou baixinho, sussurrando para quem sabe não ser ouvido nunca, com uma esperança escondida de quem torce pelo próprio fracasso. 
Sabe com a certeza de quem viu tudo acontecer, e sentiu cada partícula da emoção do final de cada batalha travada. Admitindo para si mesmo o quão forte é o que quer que se ame, e quão vã é a luta de quem não acaba por assumir essa realidade.
No final das contas são fatos. Fatos e resultados objetivos, como se tudo tivesse sido decidido a partir de uma equação de segundo grau, com um final pré determinado. É causa e efeito, e para tanto se torna boba toda a poesia desperdiçada. 
São adornos demais para uma ocasião efêmera? É o carnaval que talvez você se arrependa de brincar. Mas que você precisa brincar também. Precisa e tem certeza. Sabe a causa e conhece o efeito. E sabe a força, segue a direção, e se prepare para um fim positivo ou negativo... Ou quem sabe não exato, não real... Final imaginário!
Antes não tivesse vencido nada. Ou vencido apenas a felicidade. Antes não conhecido a face mais verdadeira, e dura, e bela do amor.